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RESILIÊNCIA = REMÉDIO CONTRA CRISES

Por todos os lados, em todas as reuniões, na TV, nas conversas, só se fala em crise!
Fatos e atos, do mais simples trabalhador, aos grandes comandantes mundiais estão invariavelmente ligados direta ou indiretamente às conseqüências ou previsões relacionadas à tal crise!
Diagnosticada em princípio como crise financeira, ela está desenhando um movimento de praticamente toda uma humanidade em direção à mudanças.
Ao que tudo indica parece estar se delineando um movimento global onde ninguém escapa; de comandantes a comandados! Historicamente, impulsos de crescimento não acontecem sem mudanças e mudança é, essencialmente, movimento. Para renovar é preciso “ des-estagnar”, sair da zona de conforto, buscar novos desafios, novas formas de pensar e agir, olhar o mundo e a si com outras lentes, descobrir e descobrir-se, saltando degraus de desenvolvimento, vislumbrando novos caminhos para construção de novas sociedades.
Sabemos que o universo todo é gerado com base nos movimentos de contração e expansão, tanto nas esferas planetárias, como na vida terrestre comandados pelos ventos, água, magnetismo, etc. O dia e a noite, as 4 estações do ano, invocam esses movimentos. O dia – trabalho, contração; a noite - descanso, relaxamento, expansão! Na primavera começa um movimento de expansão que aparece até na abertura das flores... no verão a expansão é total, estamos mais soltos, saímos, vamos à praia, etc. No outono começamos nos recolher e no inverno estamos totalmente para dentro, tanto da casa como de nós mesmos.
Portanto, esses movimentos também estão inseridos dentro do homem e, podem garantir uma vida saudável ou, se houver privilégio de um ou outro ritmo (mais contração ou mais expansão) podem haver desequilíbrios levando até mesmo a doenças. Pensemos no ritmo respiratório e no ritmo cardíaco, por exemplo. Estes são a real expressão dos processos de contração e expansão (na inspiração contraímos, na expiração relaxamos ou expandimos; no coração também é assim: sístole = contração, diástole = relaxamento). Isso acontece o tempo todo dento de nós. Quando estamos mais contraídos, mais tensos, respiramos mais rápido, nosso coração acelera e não conseguimos relaxar, ou seja a expiração, e a sístole cardíaca, que são movimentos de relaxamento, ficam prejudicadas.
A grande luta do ser humano atual é pela busca da chamada, resiliência: capacidade de retornar ao estado normal após ter sofrido pressões dos mais diversos calibres originadas, por exemplo, por crises como o que estamos vivendo.
Essa capacidade é um aprendizado constante que está sendo incorporado recentemente e portanto “em fase de implantação”, ainda incompleto no ser humano. Porém, a imagem que podemos fazer do processo de resiliência nos remete aos mesmos movimentos: na vigência da crise ou pressão, estamos contraídos, e só, quando ocorre a volta ao estado normal, é que relaxamos.
Em tempos de crise, ou seja, contração, temos então que buscar, arduamente, o outro lado compensatório, a expansão, o relaxamento.
O simples contato com a natureza pode alavancar uma expansão de dentro para fora, ou seja, quando observamos, sentados na areia da praia, a imensidão do mar que nos carrega até um horizonte infinito, nossa alma tende a acompanhar esse movimento saindo do aprisionamento contraído, muitas vezes localizados no centro do nosso tórax, “abrindo” um espaço dentro do peito que se preenche de luz, de gratidão, e contemplação e com isso, relaxamos...
Outras atividades como hobbies, atividades artísticas, meditação, podem auxiliar essa expansão. Fazer um pão, uma comida gostosa e compartilhar com amigos e família, são atitudes simples e permeadas da possibilidade do “contra-ponto” à contração, que as crises podem gerar, trazendo de volta a normalidade ou pelo menos diminuindo os efeitos da pressão.
Nossa vida, assim como o universo se compõe dos mesmos movimentos. Ora estamos mais contraídos, ora mais relaxados e essa modulação dá o tom da nossa vitalidade.Quanto mais contração, mais tensão, mais stress, considerada a base para a grande maioria das doenças.
Crise pode ser oportunidade de treinar esses movimentos que originam toda nossa existência, (contração e expansão) e adequá-los, deixá-los bem afiados para os próximos eventos, as próximas crises, ultrapassando-os com menos tensão, evitando stress, mantendo saúde.
Refletir é preciso!

Elaine Marasca Garcia da Costa – médica pneumolgista, alergologista, formação em Medicina Antroposófica e Biografia Humana, mestre em educação, diretora clínica do Lucas Terapeuticum Desenvolvimento Humano – emarasca@splicenet.com.br.

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