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ALEXANDRISMO
"O que havia de tão significativo em Alexandre, o Grande, para que Rudolf Steiner falasse em "alexandrismo"? Apesar de ser tão jovem, ele dispunha de uma capacidade de ação e decisão totalmente incomuns e desenvolvia pontos de vista extraordinariamente abrangentes. Ele teve, justamente durante a sua juventude, a graça de ser educado pelo maior espírito da Grécia, de dar continuidade à capacidade genial de planejamento estratégico de seu pai, imediatamente após sua morte e, apesar de profundas desvenças, transformá-la, não desconsiderando e não deixando de utilizar nenhuma situação que fosse favorável à sua meta mais ampla. A Grécia era o centro espiritual daquela época e teve de submeter-se à Pérsia para afirmar sua posição. Alexandre percebeu que uma vontade impetuosa submetida à disciplina espiritual pode superar os problemas do mundo. Hoje, as coisas dependem de que os problemas do mundo sejam compreendidos como uma disputa pela verdade e pelas idéias, e que a mesma força de decisão penetrante que Alexandre exerceu no plano físico, seja operacionalizada na luta espiritual. Esta prontidão para a luta espiritual que busca apenas a verdade e não a segurança na existência seria o "alexandrismo". Mas ele deve unir-se ao aristotelismo, de retomar as dez categorias de Artistóteles para poder ler no livro da natureza. O que isso significa? Não significa outra coisa senão ir até os últimos elementos no âmbito das perguntas fundamentais da ciência. A frente de batalha das lutas espirituais acontece na região do assim chamado axiomático. O conceito da matéria nas Ciências Naturais tem a ver com isso. Desde o início, Rudolf Steiner se confrontou com o conceito do átomo e não foi em vão. Os demônios de Bacon podem ser vencidos com o aristotelismo e o alexandrismo unidos."
Autor: Dr. Antonio Marques
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