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VONTADE – FORÇA MOTRIZ DO DESENVOLVIMENTO
HUMANO
Pela história, pela geografia, por necessidade ou intuição,
o destino do ser humano parece ser misteriosamente pautado
pelo andar adiante, ir em frente, desenvolver-se.
Passo a passo fomos incorporando saberes, plasmando práticas,
construindo espaços, definindo preferências,
organizando grupos, aldeias, cidades, países...
Formatados e guiados por uma mescla de princípios,
fomos convidados a ganhar (e dominar) o mundo, apropriando-nos
da grande casa de todos nós: o planeta Terra.
Em tempos remotos, os impulsos para o caminho do desenvolvimento
costumavam partir das esferas espirituais. Os deuses e seus
representantes ditavam os fazeres humanos.
Gradativamente nos distanciamos desse vínculo para
ganhar, cada vez mais, a materialidade terrena. Do percurso
desses caminhos, aprendemos a transformar, com nossa inteligência
e nossas mãos, os produtos terrenos em processos, formas,
sistemas – hoje conhecidos como ciência e tecnologia.
Entre esses 2 caminhos uma atividade sempre esteve presente
desde o início dos tempos e permanece até hoje
como uma “ponte” de ligação entre,
digamos, os mundos superiores e o mundo terreno – ela
faz uma tradução das possibilidades de desenvolvimento
do pensar e do sentir humanos, vinculando-se aos protagonistas
da própria constituição físico-espiritual
do homem: formas, cores, sons, palavras. Essa maravilhosa
ponte se denomina ARTE e evidencia a consciência ou
inconsciência, as pluralidades e polaridades que caracterizam
a condição de SER Humano, em cada época
em cada cultura, em cada povo. São, portanto três
os impulsos que tem presença garantida desde tempos
inenarráveis na condução desse “andar
adiante” da humanidade na busca de seu desenvolvimento:
a religião, a arte e a ciência.
Olhando para imensidão do nosso planeta, detectamos
que pelos mais variados motivos, (geográficos, de ocupação,
colonização e muitos outros), uns desenvolveram
mais os aspectos religiosos (Índia), outros a arte
(Itália), outros a Ciência (América) –
Porém os três estão sempre presentes,
impulsionando em maior ou menor grau, o desenvolvimento de
cada povo.
Fazendo um salto imaginário para nossa época
– espera-se hoje que desenvolvimento seja meta de seres
humanos sadios tanto individual quanto socialmente. Tanto
é assim que essa premissa serve de medida de qualidade
de vida de um povo – as nações hoje são
medidas pelo seu Índice de Desenvolvimento Humano,
O famoso IDH que elevou, recentemente, o Brasil à categoria
de país desenvolvido (?).
Com a observação ampliada poderíamos
focar um ponto cuja especificidade responderia pela alavanca
mestra de, praticamente, todos os processos de desenvolvimento.
Uma característica humana por excelência, motor
e fonte de todo processo de desenvolvimento individual e social
– a força da nossa VONTADE!
Esse impulso que, apesar de primariamente nascer do inconsciente,
garante uma projeção para o “vir a ser”
para o futuro, empurra nossas ações nessa direção
dando-lhes ensejo e conseqüência.
A vontade está diretamente atrelada à coragem,
veículo para todas as realizações humanas.
Nós dependemos da qualidade de nossa vontade para agir
no mundo. Vontade e coragem são os fios condutores
do fazer humano.
O fazer exige esforço e sacrifício – atitudes
não tão aplaudidas pelo mundo moderno –
parece até fora de moda. Esforçar-se verdadeiramente,
impingir direção aos objetivos virou privilégio
de poucos: alguns esportistas, raros empreendedores em áreas
diversas. Uma visada geral de nossos adolescentes principalmente,
nos darão um retrato preciso dessa verdade.
A garra e o poder que essa vontade forte nos premia, não
é tão interessante para os “manipuladores”
de massas – dragões da desumanização,
do retrocesso e da mentira, que querem fixar o homem na matéria
impedindo sua verdadeira evolução. As facilidades
são uma sedução que se apressam de todos
os nossos sentidos e sistemas por muitas vezes caricaturadas
com desenvolvimento.
Respeitadas as devidas causas e proporções,
poderíamos eleger a deficiência ou falta da vontade
(ou a força gerada por uma vontade forte) como um sério
indicador de um sem número de doenças da atualidade,
começando pelos processos de depressivos, por ex. O
que o depressivo menos possui na vida é a vontade –
em casos extremos, até mesmo de viver!
Nossa época exige um “olhar de frente”
para essas realidades; não se deve pensar em simplesmente
matar os dragões ou fingir que eles não existem
– seria o mesmo que sonhar em aniquilar todos os problemas,
todo stress. Isso é impossível – eles
são onipresentes e reais.
A postura do homem atual é a do convívio e enfrentamento
dessas forças de maneira sensata. É preciso
dominá-las, subjugá-las à nossa vontade
que se apresenta como FORÇA imbatível que nos
move no caminho do desenvolvimento – ser resiliente.
Fortalecer nossa vontade – exercitada todos os dias
com ritmos de vida adequados, alimentação, busca
de conhecimento e bons relacionamentos geram a saúde
da vontade e sua força.
Disciplinemos nossa vontade e, pelo conhecimento, iluminemos
nosso pensar para não nos deixar enganar por aqueles
que querem nos dominar – sejamos o senhor de nosso destino.
Tomemos a vida em nossas mãos.
Força de vontade e coragem sejam nossos mestres em
2008!
Dra. Elaine Marasca Garcia da Costa é médica
Pneumologista com formação em Antroposofia/Biografia
Humana. Mestre em Ciências da Educação.
Docente/ coordenadora do curso de pós-graduação
- Antroposofia na Saúde na UNISO. Presidente da Liga
dos Usuários da Medicina e Terapias Antroposóficas.
Diretora Clínica do Lucas Terapeuticum Desenvolvimento
Humano
emarasca@splicenet.com.br
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